quinta-feira, 26 de março de 2015

A minha história com a Dakota

No final do ano de 2014 a procura nos classificados por uma Dakota cabine simples chega ao fim, mas com um porém: a caminhonete estava a 1.100 km de distância.





A ideia de adquirir uma pick-up veio naturalmente pela necessidade de carregar motos, já que a paixão por elas vem em primeiro lugar. Bem, normalmente não compro nada sem antes pesquisar, então olhei com atenção quase todas as opções desde as pick-ups menores até as maiores. Confesso que não olhei muito in loco, fui em algumas concessionárias e feira de carros e só.

O mais louco é que dentre as opções a minha escolha recaía por uma Ford Courier: a maior caçamba da categoria. A propósito o que é aquilo um Fiat Strada cabine dupla que se bobear a caçamba é menor do que o baú da minha moto! Sinceramente, a Strada é bem legal, mas a essência de uma caminhonete seja pequena ou não é possibilitar carregar coisas que um carro "normal" não carregue e a cabine dupla não vejo como. Mas voltando... "louco" no sentido de ter decidido, posteriormente, por uma pick-up média-grande, porque a Courier seria a minha escolha, diriam Os Engenheiros do Hawaii "não é bela, mas mesmo assim...", motor 1.6 e caçamba legal.

Ford Courier
Ford Courier - com a maior caçamba da categoria

Fiat Strada cabine dupla - foto caçamba
Fiat Strada cabine dupla

O problema, sempre tem, é que precisava não apenas de uma caçamba grande, mas de uma cabine que possibilitasse carregar três pessoas, ocasionalmente. Olhei uma Chevrolet S-10 e duas Ford Ranger na feira do carro, não lembro o ano, mas uma Ranger tinha um banco comprido, sem divisórias, que poderia carregar três pessoas, no entanto o documento restringia a apenas duas pessoas. E poder andar com três pessoas e ficar fora da lei, melhor ficar dentro da lei.

Ford Ranger

Chevrolet S-10

Claro que pensei nas pick-ups cabines estendidas como a VW Saveiro e Fiat Strada, todavia esbarraria novamente com a caçamba pequena. Eu sempre imaginava quantas pessoas não gostariam que aquelas caçambas fossem só um pouquinho maiores...

VW Saveiro cabine estendida

Fiat Strada cabine estendida

Não tinha muita saída e fui atrás das caminhonetes maiores e comecei e parei na Ford F-250, uma senhora caminhonete, caçamba grandalhona e bancos confortáveis para três pessoas. Mas daí, olha aqui e olha lá, e comecei a pensar na minha vaga de garagem e achar muito largo a F-250 com os seus 2,025 metros de largura. E não sei se foi azar, mas olhei três F-250 usadas e todas só estavam o bagaço. O curioso é que quando moleque os meus pais e um tio tiveram as saudosas Ford F-1000 e que usavam diariamente em estradas de terra e carregavam eventualmente insumos agrícolas, mas as caminhonetes sempre estavam impecáveis, limpos internamente, mecânica em dia e quase sem riscos na pintura, bem diferentes das F-250 visitadas. Bom, acho que mais sorte do que azar, já que finalmente havia encontrado uma caminhonete ideal para o meu uso e gosto: a Dodge Dakota.

Ford F-250


O porte da Dakota não é pequena, mas também não é gigante como a Dodge Ram, é um pouco menor que a F-250, pelo menos na largura, acho que fica entre média-grande. E pela documentação é permitido carregar três pessoas na versão cabine simples, não é confortável para quem vai no meio do banco, já que os pés ficam apoiados no console central do assoalho, digamos assim precisa tirar os calçados para não riscá-los. Como o meu uso em três pessoas é esporádico não teria problemas.

A minha opção inicial de motorização seria a versão mais simples e também muito boa a 2.5L, porém as ofertas são muito escassas. Você invariavelmente acaba pulando para a versão v6 ou v8 ou opta pela versão diesel. Entretanto, digo a você, apaixonado por mecânica automotiva, aqui vai um alerta: não escute o ronco de um v8. São apenas dois canecos a mais que o v6, mas o ronco do v8... É neste ponto que algumas pessoas podem dizer que ter um v8 é puro exibicionismo. E digo que não é verdade, pois só mesmo os que entendem de mecânica e são apaixonados pela mecânica entendem o verdadeiro motivo e de longe exibição não é o principal delas. Há um ponto de convergência nas opiniões de não ser a mais racional opção, já que num trânsito mais travado o consumo é, de fato, elevado.

Entre a indecisão e decisão foram mais ou menos 1 ano e meio e só de pesquisas atrás da Dakota foram quase 1 ano, sem desespero e sem pressão. Se me mostrassem uma foto de uma Dakota nos classificados saberia de cor o local, valor, o estado geral do veículo e quanto tempo estavam anunciados, já que a peregrinação nos anúncios era semanal e nos meses finais de 2014 quase que diariamente. Estava se tornando até hobby!

Curiosidade: ali atrás disse "... saberia de cor o local..." a expressão "de cor" em inglês é "by heart", isto é, "de coração", por isso que aprender de cor (memorizar), é aprender de coração

Claro que na minha memória estava guardada as diversas conversas que tive com um amigo, o José Wellington, a quem perdi o contato, na época do meu estágio no Ministério Público do Estado de São Paulo. O José, apaixonado pela Dakota já tinha uma cabine simples v6 e sempre falava que assim que terminasse a faculdade de direito, um tio seu, juiz federal, teria prometido que lhe daria de presente uma Dakota v8. Bom, mas o tempo passou e eu devo ter guardado e levado em consideração essas boas lembranças também.

Dia 22 de dezembro de 2014

Abri os classificados e lá na barra de pesquisas bastou dar o "enter" do teclado, porque de tanto procurar o buscador já até sabia o que eu estava procurando. "- Opa, anúncio novo, Dakota em Mato Grosso". Olhei as fotos e diferente de outros anúncios que apenas apreciava, esta, de fato, tive vontade de analisar mais de perto, mas o problema é que a caminhonete estava em Cuiabá, Mato Grosso, e eu em Brasília, Distrito Federal, distantes a aproximadamente 1.100 km. Num primeiro momento pode até não parecer muito longe, mas é.

No dia seguinte, encorajado pela patroa, liguei e solicitei mais detalhes do veículo, bem como fotos. Gostei do que ouvi e vi. Como já era semana do Natal, os preços das passagens aéreas haviam despencados, principalmente para os dias 25 e 26 de dezembro. Era a desculpa que faltava. Passagem comprada para o dia do Natal e hotel reservado voei rumo a Cuiabá.

No trajeto comecei a refletir sobre o que eu estava fazendo e de certa forma bateu um arrependimento e achar tudo aquilo uma loucura só para olhar um carro e quem sabe comprá-lo, mas a sensação de voltar rodando 1.100 km a bordo da Dakota parecia curar toda loucura.

"O louco que reconhece sua loucura possui algo de prudente; porém, o louco que se presume sábio esse está realmente louco." Buda Amida

Bem, o final dessa história...


7 comentários :

  1. Meu amigo, comprei a minha tbem em dez de 2014, na realidade tenho uma courier que já uso no dia a dia, por sinal excelente carro, tbém faço alguns track days e leva a moto sem maiores problemas. Quanto a Dakota, sempre quis o modelo R/T, mas na epoca era muito cara.....kkkk....antes dela tive uma Dodge RAM 1500 v8, mas realmente é muito alta e larga, fiquei 5 anos com ela, tinha roda 20, faixas, etc etc.....mas a Dakota é muito superior em desempenho, estilo, etc.....ah por falar em longas viagens atrás de carros, antes de comprar a R/T viajei 1800 km para ver uma pick up, só que foi uma ss10 1995 ( outra paixão minha ), tive três delas mas foi ótimo ela não estar como o dono falou q estava, pois daí optei pela R/T estendida, daí acomodo meu filhinho sem problemas. Mas a ss10 ainda não está descartada, quem sabe não vai fazer companhia pra Dakota na garagem
    Abraços!

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    1. Pois é Reinaldo, é uma pena que as ss10 americanas estejam desaparecendo. Aqui em Brasília eu nunca vi uma. A Dodge Ram 1500 é ainda mais raro. Uma Dakota e uma ss10 você, Reinaldo, só poder ter... bom gosto. hehehe...
      Vai tirando fotos do seu filho junto com a Dakota para quando ele colar grau ou casar poder exibir essas fotos. Digo isso, pois tenho boas lembranças de quando adolescente das F-1000 do meu pai e do meu tio e uma pena não ter fotos da época.
      Grande abraço.

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  2. Diler, como vai tudo bem? muito legal seu blog...
    Vou confessar que também sou fascinado nas Dakotas, já tive uma estendida V6 e hoje possuo uma cabine dupla V8... um sonho.. Escolhida a dedo...
    E o mais legal... também moro em Brasília!!!!
    Vamos combinar um encontro das Dakotas? que tal?
    Continue postando coisas legais que nos ajudem a cuidar cada vez melhor dos nossos "brinquedinhos" kkkk
    Ah, só mais uma informação: meu sonho começou quando achei um motor que leva o mesmo nome que o meu: MAGNUM!!! kkkkk
    Forte abraço...

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    1. Oi Magnum,
      Então quer dizer que a sua relação com a Dakota vai muito além do gostar da caminhonete. É mais como um membro da família: Família Magnum! kkk Bacana demais! Cara, eu nunca vi Dakota cabine dupla aqui em Brasília. Vez ou outra vejo uma Dakota cabine estendida e simples lá no Plano Piloto. Um encontro das Dakotas seria legal. É só marcar com mais alguns dakoteiros.
      Valeu e abraços.

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  3. Caro hj estou na mesma labuta q vc...procurando uma dakota, e a que mais me agradou (preço e estado)foi uma em Cuiaba . o unico problema aparente dela é a pintura...

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  4. Boa noite.
    Estou com dificuldade para encontrar o número do motor. Você poderia ajudar? Meu e-mail: arst.1972@gmail.com. Um abraço

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  5. Opa Pessoal. Se alguém ainda tiver sua Dakota. Podemos marcar um Encontro em... Sou de Unaí-MG.
    Pertinho de BSB.
    Recentemente comprei uma R/T V8!

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